quinta-feira, agosto 05, 2010

Mostra Coletiva em Nova York


DATA E LOCAL DA EXPOSIÇÃO:
26 A 30 de julho de 2010 - Marunouchi Gallery - 24 W 57 Street, New York, N.Y. USA.


quinta-feira, maio 27, 2010

Foto da exposição na Galeria Kunst, Petrópolis - R.J

Sr. Lettiere, Byron Mendes e as irmãs Patrícia e Ana Lettiere.

Olá!Passei para desejar uma excelente semana,repleta de alegria para você!Concordo plenamente com tudo que a minha irmã disse no depoimento abaixo!Que inspiração,emocionante!Chegamos na Galeria e fomos direto procurar suas obras,belíssimas,assim como a de todos os artistas que participaram desta nobre festa artística!

Parabéns pelo sucesso e que muitas vitórias te acompanhem em cada um de seus passos!Beijos,amiga!
Ana Lettiere

Oi Luciene!
Vim parabenizá-la pelas suas Obras de Arte,que tive a honra de poder admirar,são lindas!Na exposição "Panorama Brasil",as pessoas elogiaram muito o seu trabalho e talento!
Que sua estrela continue sempre iluminando o Universo com suas cores!
Muito sucesso,paz,sonhos e luz em sua vida!
Uma semana repleta de felicidades!
Beijos!!!
Patrícia Lettiere

sábado, maio 22, 2010

O canto do pássaro preto


Exposto na Galeria Kunst - Petrópolis - RJ - De 22/05 a 21/06/2010

O alvo verde

Exposto na Galeria de Artes Kunst - Petrópolis - RJ.  De 22/05 a 21/06/

EXPOSIÇÃO DE ARTES PLÁSTICAS


“Panorama Brasil”
A Galeria de Artes Kunst tem o prazer de convidá- lo para a vernissage de abertura da
Exposição “Panorama Brasil” no dia 22 de maio às 19hs.
O evento contará com a participação de Pollo Rios, Celina Lisboa, Cristina Lisboa, Maria Clarice Sarraf, Andrea Brandani, Lúcia Perissé, Martina Ficker, Betty Fallot, Jane Bastos, Tetê Lacerda, J. Afonso, Malú Perlingeiro, Luciene Aguiar, Ilze Agnes, Paulo Moura, Sirlei Santos, Sonia Madruga e Marilza Casotti.
A presença de artistas brasileiros de diferentes estados demonstrará efetivamente a interatividade estética proposta pela Kunst.
O panorama da arte brasileira terá como maior mérito a sua vontade de discutir as pluralidades sem preconceitos. Para isto contará com telas de variadas técnicas, sem fronteiras definidas, para o apreciador poder estabelecer um diálogo entre uma cultura local e a influencia que essa cultura sofre no âmbito nacional.
Cabe repetir a relevância da desprovincianização do nosso circuito de arte para só assim, conseguirmos de fato uma inserção mais afirmativa e abrangente no contexto nacional, divulgando e incentivando artistas brasileiros.
A mostra pode ser visitada de terça a sábado, nos horários de 09h30min às 16h30min.
Entrada Franca.

domingo, abril 11, 2010

quinta-feira, março 18, 2010

A SESTA



Texto escrito por mim em abril de 1982 e publicado na edição de março de 2010 da revista acima.


Maria olhava para aquele ambiente amarelo-cinza a sua frente. Passava um pouco do meio dia e ela sentia aquela preguiça que sempre lhe tomava o corpo depois do almoço. Estava sentada, como sempre fazia naquele horário, debaixo de um velho pé de cedro em frente à sua casa. O tempo estava quente e abafado, mas vez ou outra a brisa balançava as altas galhas da árvore e lhe refrescava o calor. A claridade do espaço amarelo-cinza agredia-lhe os olhos. Não se via nada verde. Os poucos tons de ocre esverdeado que iam substituindo o verde deixado pela chuva, também já haviam sido devorados pelo amarelo-cinza. Junto com a sensação de exaustão e abandono causada por essa tonalidade e pela temperatura quente e abafada, Maria sentia uma espécie de secura e esvaziamento por dentro que lhe davam a impressão de que a qualquer momento ela iria deixar de existir. Olhou o céu. O azul pendia mais pro cinza-arroxeado: uma cor intensa, agressiva e opressora. Nenhuma nuvem. A claridade e intensidade daquela cor parada, morta lhe fizeram franzir os olhos. Maria bocejou. Suas pálpebras pesavam e a agradável sonolência dominava cada vez mais o seu corpo. Olhou e sorriu para os pequenos arbustos secos e retorcidos que se espalhavam pelo terreiro de sua casa.
Vez ou outra ouvia os movimentos da sua mãe dentro de casa. Naquele horário do dia Maria sentia-se quase particularmente feliz. Era um momento que ninguém a perturbava. Era um momento em que ela podia ficar sozinha, dedicar-se a si mesma e remexer em suas memórias em suas idéias e em seus sonhos. Era um momento só seu onde ela podia ser ela mesma ou quem quisesse. Depois desse momento de auto-dedicação, Maria voltaria para uma rotina menos agradável: lavar a louça, varrer os terreiros da casa, dar comida aos porcos e lavar algumas peças de roupa.
Não mais resistindo ao sono Maria passou a mão pelo chão afastando alguns galhos caídos e se acomodou deitando-se. Suas pálpebras se fecharam e ela dormiu. Dormiu o seu sagrado sono de depois do almoço. Mais tarde seria acordada pela cadelinha do seu pai. Ela lhe lamberia as faces e se deitaria ao seu lado até que se levantasse e fosse para dentro de casa cuidar das tarefas.
Maria sonhou. Um sonho simples sem grandes pretensões:
sonhou que a cadelinha do seu pai, era sua irmã. E no seu sonhou verificou que eram muito parecidas. No sonho, brincavam como faziam acordadas, à margem do riacho seco. Brincavam de cobrir com os dedos as inúmeras linhas deixadas pelas rachaduras da terra seca. Maria ficava encantada com aquelas rachaduras, pois formavam desenhos engraçados e estranhos.  Tulipa – a cadelinha de seu pai - atravessava o riacho sobre as linhas e Maria admirava as voltas que seu corpo dava para conseguir acompanhar aqueles desenhos. A chuva era por demais boa e esperada por todos, trazia comida e água, mas levavam embora aquelas formas mágicas que faziam com que elas descobrissem figuras misteriosas. O consolo era que com a próxima seca, outros desenhos estariam lá para serem descobertos por elas. Maria não entendia como ela conseguia ver naquelas linhas tantas coisas conhecidas: vacas, galinhas, árvores, porcos. Acreditava que algum ser misterioso desenhava aquelas coisas para ela e Tulipa descobrirem. Aquilo era um mistério para Maria.
Acordou com Tulipa lhe lambendo o rosto. Sorriu para ela e a abraçou. Espreguiçou-se, olhou para o céu e levantou-se para mais uma tarde como todas as outras.

domingo, fevereiro 21, 2010

Partida

Publicado na Revista Cult Nº67, Ano 2003
Quando se olha para um trabalho que expressa uma manifestação artística, o que passa pelas nossas cabeças? Que emoção nos toma? Às vezes não conseguimos nos valer das palavras para expressar o que sentimos, de tão incapazes – apesar de serem sábias – que são as palavras diante um trabalho artístico. Rudolf Arnheim em seu livro Arte e percepção visual: Uma Psicologia da Visão Criadora diz que há um fundo de verdade, quando se afirmam que é impossível comunicar as coisas visuais através da linguagem verbal. Eu também acredito nisso. O homem é mais do que verbo, do que linguagem articulada. Há coisas que o homem sente e que o mundo das palavras é limitado para traduzir tais sentimentos. Há coisas que o cérebro percebe, os olhos veem, o coração sente, mas a boca não consegue falar.
Analisando este trabalho de Luciene Aguiar me peguei sem palavras para descrevê-lo. Até porque se isso fizesse, estaria limitando, rotulando, mensurando seu poder de expressão. Estaria limitando o trabalho à minha percepção, às fronteiras da tela, da moldura. Um desenho, uma pintura, não fica restrito ao seu suporte. Ele repousa ali, mas vai além, ele é absorvido pelo espectador e viaja com esse espectador e com ele permanece para todo o sempre ou não. Essa permanência ou não permanência vai depender do espectador, claro. O trabalho de Luciene permanece comigo. Ele me acompanhará para todo o sempre. Passeei pelo seu blog e apreciei todos os seus trabalhos, mas este me chamou particularmente a atenção. “Partida”. Uma Partida que fica conosco, que não nos abandona, mesmo deixando nossas cadeiras vazias, nossos corações remendados, nossas almas como colchas de retalho. Quem se encontrar com Partida, não mais partirá sem ela. É uma Partida que ficará sempre presente. “Partida” estava dentro de Luciene e ela, de forma singular, o expôs, pois segundo Max Ernst o papel do pintor é cercar e projetar o que dentro dele se vê.
Parabéns Luciene Aguiar. Você é muitíssimo criativa e talentosa. Pena que o Brasil é ainda muito verde para saber valorizar quem realmente tem talento.
Será que somos parentes? Beijos.

Adda Castelo Branco de Aguiar